Mateus 1:19

E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.

José, seu esposo

 

Conforme mencionado nos comentários ao verso 18 deste capítulo, o noivado era considerado casamento. José, portanto, já é chamado de esposo.

 

Embora já sendo considerado esposo, o casamento ainda não havia sido consumado, momento pelo qual José certamente esperava ansiosamente.

 

Então, vem a notícia da gravidez, provavelmente dada pela própria Maria, após seu retorno da casa de Isabel, onde havia passado alguns dias.

 

Estando  sua noiva grávida, o filho que ela espera certamente não é dele, já que ainda não haviam se ajuntado. A conclusão óbvia é que ele fora traído pela futura esposa ou, usando um termo mais técnico, Maria havia cometido adultério.

 

era justo

 

A lei judaica determinava que o adultério deveria ser punido com apredejamento até a morte, o que, embora provável, poderia não se concretizar. De qualquer forma, Maria seria exposta à condição degradante de adúltera e sua reputação seria manchada para sempre.

 

O verso sustenta que, por ser justo, José intentou deixá-la secretamente, pois não a queria infamar.

 

Vejo aqui uma inversão de valores. Ao omitir o fato, deixando de delatar o suposto adultério de Maria às autoridades, sujeitando-a às consequências determinadas pela Lei, José estaria sendo conivente com o erro, sendo cúmplice, deixando, portanto, de contribuir para que a justiça fosse feita segundo a Lei em vigor. Seria inapropriado afirmar, portanto, que ele era um homem justo.

 

Que critério de justiça seria esse que confere a reputação justo a quem frustra a jusitça, impedindo que a pena devida seja aplicada a quem transgride a Lei? 

 

Muito simples. José deixa de cumprir a Lei de Moisés para cumprir outra Lei hierarquicamente superior a todas a outras: a Lei do Amor.

 

Ele era justo segundo os princípios da Lei maior do universo. Amava Maria. Não queria que ela sofresse, mesmo tendo cometido traição contra ele.  Embora ela tivesse destruído o seu coração, mesmo assim a protegeu da punição, embora justa e merecida.

 

Assim, segundo critérios da Lei do Amor, é inegável que José tenha sido, de fato, um homem justo.

 

Em outro lugar entraremos em maiores detalhes sobre a Lei do Amor, a maior e mais importante lei estabelecida pelo Criador.

 

 

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