Mateus 1:23

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado Emanuel, que traduzido é Deus conosco.

A profecia de Isaias 7:14

 

A virgem conceberá

 

Apesar da controvérsia sobre o significado da palavra virgem no original, tanto hebraico (texto de Isaias) quanto grego (texto no NT), não há dúvidas de que a intenção do autor do evangelho é confirmar o nascimento virginal de Jesus.

 

O nascimento virginal, entretanto, não constitui uma idéia original do povo hebreu, como confirmam diversos exemplos na história anterior ao cristianismo.

 

Vejamos alguns exemplos:

 

Horus (egípcio) 3000 a.C.
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma “virgem”, a deusa Ísis-Meri com Osíris;
Nascimento acompanhado por uma estrela a Leste;
Estrela seguida por 3 reis;
Aos 12 anos, era uma criança prodígio;
Batizado aos 30 anos;
Começou seu ministério aos 30;
Tinha 12 discípulos e viajou com eles;
Operou milagres e andou sobre as águas;
Era “chamado” de Filho de Deus, Luz do Mundo, A Verdade, Filho adorado de Deus, Bom Pastor, Cordeiro de Deus, etc;
Foi traído, crucificado, enterrado e ressuscitou 3 dias depois.

 

Nos outros deuses, encontramos a mesma estrutura “mitológica”. Vejamos:

 

Mitra (persa – romano) 1200 a.C
Nasceu dia 25 de dezembro;
nasceu de uma virgem;
teve 12 discípulos;
praticou milagres;
morreu crucificado;
ressuscitou no 3º dia;
era chamado de “A Verdade”, “A Luz”
veio para lavar os pecados da humanidade;
foi batizado;
como deus, tinha um “filho”, chamado Zoroastro.

 

Attis (Frígia – Roma) 1200 a.C.
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma virgem;
Foi crucificado, morreu e foi enterrado;
Ressuscitou no 3º dia;

 

Krishna (hindu – índia) 900 a.C
Nasceu dia 25 de dezembro;
Nasceu de uma virgem;
uma estrela avisou a sua chegada;
Fez milagres;
Após morrer, ressuscitou.

 

Dionísio (Grego) 500 a.C
Nasceu de uma virgem;
Foi peregrino (viajante);
transformou água em vinho;
Chamado de Rei dos reis, Alpha e ômega;
Após a morte, ressuscitou;
Era chamado de “Filho pródigo [sic] de Deus

 

A atribuição do nascimento virginal teve o objetivo de conferir uma base miraculosa à vida terrena de Jesus, servindo como elemento de legitimação de sua obra.

 

Diante do conjunto da obra de Jesus, por outro lado, o nascimento virginal não chega a ser fato tão notável, podendo ser considerado, sob certo aspecto, irrelevante.

 

A palavra grega "parthenos" normalmente quer dizer virgem. Já o termo hebraico geralmente significa mulher jovem. Porém, assim como a palavra portuguesa "moça", que realmente só significa jovem, sem qualquer referência às experiências sexuais, é algumas vezes utilizada com o sentido de virgem, a palavra hebraica é empregada com o significado de virgem.

 

Ocasionalmente a Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento) utilizou a palavra "parthenos" para indicar uma jovem que não era mais virgem, como em Gen 34:3 (E apegou-se a sua alma com Diná, filha de Jacó, e amou a moça, e falou afetuosamente à moça).

 

As palavras são, portanto, mais flexíveis do que alguns querem admitir. Assim, não se pode sustentar o nascimento virginal com base em apenas uma palavra, mas no contexto geral e, principalmente, no efeito ou na diferença intrínseca que tal condição, ou sua ausência, exerceria na vida e obra de Jesus Cristo. (continua)

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